O saxofone é um instrumento intrinsecamente associado ao jazz, um gênero que tradicionalmente destacou homens desde que surgiu. No entanto, as saxofonistas mulheres têm desempenhado um papel vital na evolução do instrumento, principalmente nas últimas décadas. Sua presença tem aumentado em número e influência, abrindo caminho para uma nova dinâmica nos cenários musical e cultural.
Além do mais, quando se fala em mulheres saxofonistas, é importante reconhecer suas conquistas e as barreiras que vêm derrubando. Isso reflete não apenas o avanço na equidade de gêneros na música, mas também a singularidade que trazem para o instrumento. Muito embora – diga-se de passagem – as coisas ainda precisem mudar!
História do Saxofone na Música Feminina
Como você já deve ter visto por aqui, o saxofone foi inventado na Bélgica por Adolphe Sax em 1840. Desde então, o instrumento tornou-se um ícone em diversos gêneros musicais, mas a presença feminina nesse campo demorou a ser reconhecida. No início, a sociedade impunha restrições quanto à participação das mulheres na música. Contudo, elas perseveraram.
Durante o surgimento do jazz, por volta da década de 1920, o saxofone ainda não era tão comum e foi ganhando espaço aos poucos. Ao mesmo tempo, as mulheres começaram a marcar sua presença, com algumas saxofonistas ganhando destaque. Por exemplo:
- Vi Redd – uma renomada saxofonista de alto jazz e cantora, conhecida por suas poderosas improvisações nos anos 50
- Roz Cron – uma saxofonista talentosa que atuou com grandes bandas nas décadas de 1940 e 1950
Ao avançar para as décadas de 1960 e 1970, o cenário musical feminino no saxofone se expandiu, com músicas e artistas refletindo os movimentos sociais da época.
O movimento de emancipação impulsionou a visibilidade das mulheres no jazz, funk, rock e outros estilos musicais. A partir dos anos 2000, o cenário diversificou ainda mais, com saxofonistas femininas abrangendo uma gama de estilos e culturas.
Os avanços tecnológicos e as plataformas online também ampliaram a difusão do trabalho das mulheres instrumentistas, permitindo que suas contribuições para a música alcançassem uma audiência global. Graças a isso, hoje, você pode encontrar saxofonistas de grande talento, técnica e expressão de diversas partes do mundo.
Saxofonista mulheres: as pioneiras que marcaram época
No mundo do saxofone, algumas mulheres destacaram-se por superar obstáculos e estabelecer-se em um campo dominantemente masculino.
Vi Redd é um exemplo notável e uma blueseira de carteirinha. Você pode reconhecê-la pelo seu canto potente e por sua atuação enérgica no sax alto. Sua influência foi significativa nos anos 50, contribuindo para a expansão do papel das mulheres no blues e no jazz.
Roz Cron é outra saxofonista pioneira que merece sua atenção. Ela não apenas dominou o sax, mas também se destacou ao integrar uma big band de jazz formada exclusivamente por mulheres, a International Sweethearts of Rhythm, ainda na década de 1940.
International Sweethearts of Rhythm Collection / Smithsonian Institution
Outros nomes relevantes:
- Barbara Thompson: desde os anos 70, atuou em diversas bandas e produziu uma série de discos. Versátil, ao longo da carreira tocou do jazz ao pop, nos deixando em 2022
- Jane Ira Bloom: começou a atuar na música como pianista e baterista, posteriormente, enveredou para o saxofone, escolhendo o soprano como seu principal instrumento. Foi a primeira mulher musicista a ser contrata pelo Programa de Arte da Nasa, é compositora e possui uma discografia para lá de interessante, vale a pena conhecer
- Tineke Postma: uma artista mais contemporânea, tem aberto caminhos com suas composições e performances que misturam influências jazzísticas. Com algumas premiações no currículo, seu título mais recente foi o de European Musician of the Year 2020 (Músico Europeu do Ano), pela Academia de Jazz da França.
Ainda hoje, existem desafios para as mulheres que estão inseridas na música. Contudo, é inegável que nos últimos anos elas vêm ganhando cada vez mais espaço e têm contribuído imensamente para a indústria musical.
Saxofonistas mulheres: nova geração
A nova geração de saxofonistas mulheres vem marcando a cena musical com talento e inovação. Você encontrará estilos distintos, abrangência global e uma presença crescente em palcos de jazz e além.
Melissa Aldana
Chilena, Melissa Aldana destacou-se no cenário do jazz após vencer a prestigiada Thelonious Monk International Jazz Saxophone Competition em 2013. Seu álbum “Visions” traz uma mistura de jazz moderno com influências latinas e é maravilhoso!
Emma Rawicz
Emma Rawicz é uma saxofonista britânica que, apesar de jovem, já exibe uma maestria impressionante e uma abordagem inventiva ao instrumento. Seus trabalhos autênticos abrem novos caminhos para o jazz contemporâneo.
Lakecia Benjamin
Com um som energético e vibrante, Lakecia Benjamin conquistou seu espaço com o sax alto e já foi indicada três vezes ao Grammy. Sua música navega entre o jazz, R&B e funk, provando sua versatilidade como saxofonista e compositora.
Camilla George
Camilla George, com raízes na Nigéria e crescida no Reino Unido, integra os sons tradicionais africanos com o jazz. Seu álbum “The People Could Fly” demonstra sua habilidade de contar histórias através do saxofone.
Alexa Tarantino
A norte-americana Alexa Tarantino brilha no palco com suas performances dinâmicas. Ela tem uma série de álbuns aclamados pela crítica e colabora frequentemente com orquestras de jazz e conjuntos de renome.
Conclusão
Sem dúvidas, há muitas mulheres instrumentistas que merecem muito mais reconhecimento do que recebem. Algumas deixaran um legado importantíssimo, enquanto outras ainda estão construindo a sua história no meio musical. De qualquer forma, essas mulheres tão potentes nos fazem lembrar que lugar de mulher é sim onde ela quiser!
Assim, vale destacar que a sua trajetória e impacto estão longe de serem uma nota de rodapé na história do saxofone. Histórias de artistas pioneiras e contemporâneas revelam um panorama diversificado e altamente rico. Com suas performances, composições, coragem e abordagens únicas, elas contribuem de maneira significativa para a inovação do instrumento.
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